domingo, 14 de novembro de 2010

Portas e Janelas.


Um dia me perguntaram por que eu gostava tanto de janelas. Eu não soube responder.
Mas hoje, eu encontrei as respostas.

Conversando com um grande amigo meu, lembrei-me de uma frase que algumas pessoas dizem quando querem motivar alguém: " Deus nunca fecha uma porta sem antes abrir uma janela.". Eu nunca tinha parado para pensar no significado da porta e da janela. É claro que eu entendia tudo isso como se fosse uma forma de dizer " vai aparecer outra oportunidade" ou então " não se apavore !". Eu realmente nunca pensei que janelas fossem tão importantes !
A começar porque janelas são totalmente pessoais. Você não deixa qualquer pessoa pular a sua janela. Não põe qualquer cortina, e não a deixa aberta a noite. Você sabe que ela te protege de alguma forma. Através da janela, sua casa se enche de luz. Através da janela, você vê tudo o que se passa do lado de fora. E quando a porta se tranca, a janela sempre é uma válvula de escape.
Mas há pessoas que ainda não entenderam( e nem vão entender) o significado das janelas. Não estou menosprezando as portas, já que estas também são úteis por darem acesso mais fácil, mas quero dizer que as janelas são mais interessantes pela aventura que proporcionam, pela sensação de segurança que trazem. Uma casa sem janelas, é uma casa em trevas.
Essa conversa sobre janelas pode estar soando como " uma pedra no meio do caminho "  do meu querido poeta Carlos Drummond, mas na verdade, se for parar pra pensar, as pedras são os obstáculos. As janelas são a segunda chance.





Conversas de fim de tarde II



Após o encontro, após os sentimentos que estavam para ser descobertos, eu tentei me entregar 
a algo que, na verdade, nunca existiu.


Nos encontramos dois dias depois do tão esperado encontro no shopping. Eu não sei se era realmente o que eu queria fazer, ou se eu estava ali por pura pressão. Mas aconteceu, e quando o vi , fiquei nervosa como se fosse a primeira vez que eu o visse. Ele sorriu e me abraçou. Eu não tinha certeza de que aquilo era o correto, mas deixei parecer como se eu me importasse com o que ele sentia. Na verdade, eu não queria criar esperanças em ninguém. Eu não me importava muito com o que ele sentia.
No mesmo dia ele conheceu uma parte da minha vida. Foi então, que em um momento inesperado (o mais esperado pelos amigos), eu o beijei e me retirei em seguida. Conversamos a tarde inteira. Tivemos um fim de tarde agradável, aos meus olhos. 
Mas o que fiquei sabendo dias depois é que tudo aquilo para ele tinha sido horrível. Eu tinha sido a pior companhia do mundo e não valeu a pena ele ter ido ao meu encontro. Realmente, aquele comentário tinha sido o começo do fim da minha grande esperança de gostar realmente de alguém.
Ele não compreendia que eu precisava de espaço. Eu não compreendi que ele era totalmente desligado de alguns fatores sentimentais. Ele disse que gostava de mim. Eu fiquei em silêncio.
Se passaram alguns dias. Ele não ligou. Não me procurou. Eu entendi. 
Por alguns instantes eu pensei que todas as conversas no fim da tarde e dos poucos encontros que tivemos, pudessemos continuar como grandes amigos. Mas novamente, ele não entendeu e sumiu. Como se tudo aquilo não tivesse acontecido. Nunca.



domingo, 7 de novembro de 2010

Conversas de fim de tarde I






Ele tinha as mãos suaves, um cheiro agradável. Falava como ninguém ! 
E me encantou.


- Tenho um amigo para te apresentar ! - disse uma amiga minha de infância quando me contou que começara a namorar um garoto do curso de Direito. " Quem é ? Não me vem com menino feio ! " - eu respondi. Na verdade naquele momento eu precisava de alguém. Feio ou bonito. Rico ou pobre. Não me empolguei muito com a proposta de minha amiga e fui ver fotos do menino que ela me enviou. Não era de se jogar fora. Mas não era o príncipe que até então eu desejava.
No dia seguinte, ao fazer uma visita à minha querida amiga que não aguentava mais me ver sozinha, o telefone foi meu melhor amigo. Conversei com o meu pretendente por quase uma hora e nunca faltava assunto. Senti uma felicidade e um nervosismo muito grande ao atender o telefone. Não estou acostumada a conhecer pessoas por tal meio de comunicação já que na minha época, a internet é muito mais usada para isso. Contudo, não demorou que ele pedisse meu e-mail. Eu disse que iria adicioná-lo na minha página na internet. 
Ao chegar em casa, quase de noite, não tive coragem de ir à missa de tão cansada que eu  estava e tão ansiosa para conversar com o garoto outra vez. Já passava de 20:00 da noite quando ele entrou no msn. Meu olhos brilharam e meu coração pulou. De nervoso , com certeza e também de esperanças.
Conversamos até às 03:00 da manhã, sem intervalos. Nossos assuntos nunca acabavam. Resolvemos marcar para nos conhecermos pessoalmente.
O lugar escolhido foi o shopping. Eu tremia dentro do ônibus no caminho que me levara até o ponto de encontro. Quando eu estava quase chegando, ele me ligou e perguntou se eu iria mesmo. Eu disse que já estava a caminho e ele confirmou que estava quase chegando também. Marcamos de nos encontrar em uma livraria. Quando cheguei ao local na hora marcada 15:00, ele estava lá. Eu o vi pela primeira vez depois de uma semana conversando apenas por msn. Antes de entrar na livraria fiquei observando de longe... Ele não percebeu. Ao me sentir pronta para entrar na livraria, caminhei em sua direção. Ele me viu segundos depois. 
Escolhi uma roupa agradável, um salto não muito alto, uma calça jeans escura e uma blusa florida. Eu estava usando a maquiagem de sempre , um lápis de olho e um brilho labial. Tudo muito básico. Não sou exagerada.
No instante em que nos vimos, ambos sorrimos. Para quebrar um pouco o gelo que se impunha naquele segundo, dei um tapa nas costas dele, como havia dito que faria alguns dias antes, no msn. Ele riu. Era doce, um encanto de menino. 
Conversamos durante muitas horas até que eu precisei ir embora,já que eu voltaria de ônibus e minha casa era bem distante dali. Ele compreendeu, e me ofereceu carona até um certo caminho. Eu aceitei depois de muito recusar. Ele se preocupava comigo.
Ao chegar em casa, liguei e avisei que tinha chegado bem. Ele sorriu no telefone, e fomos direto para o msn. Ouvi dizer que ele me achou linda. E confesso que a aparência dele me agradou de imediato. Ouvi dizer que ele tinha gostado muito de mim. E confesso também que gostei muito dele. Só que eu não sabia de que forma.

Wish you were here...

Foi por medo de perder que eu perdi...








What I have to do if you are not here by my side?

Definitivamente, nunca me compreendi. Quando menos esperava algo muito bom aconteceu . Eu , pelo medo que sempre tive de me arriscar de novo, repreendi. Não acreditei que talvez aquilo que era tão pouco, pudesse se transformar em necessidade. Sim, eu tive necessidade de ter aquela pessoa sempre perto de mim. Descobri tarde demais tal fato.
Ele tinha todas as qualidades de um homem perfeito. Não o homem perfeito para mim. Mas o que fora conversado, o que fora dito em certos dias e em tão pouco tempo, transformou-se num sentimento , até então calado para mim. À primeira vista acreditei que fosse passageiro, que tudo aquilo era um sentimento de culpa por não ter correspondido no mesmo instante. Mas me enganei. Tanto que ainda me sinto culpada por toda essa situação. Ele entendeu errado algumas palavras, é claro. Eu também não soube colocar palavras doces em nossas conversas. 
Poderia eu reverter essa situação ? Poderia eu reconquistar tudo o que perdi ?
Porém, alguns minutos depois, eu descubro uma pessoa que me tira essa culpa, que me faz tão bem quanto tal pessoa. Estou acreditando em coisas melhores. Estou tentando salvar o sentimento que ainda existe em mim e a vontade de vivê-lo novamente. 
Mas se eu pudesse mandar em meu coração, mandaria gostar de quem ? Se eu pudesse mandar no que sinto, mandar nas coisas que vejo, que graça teria minha vida ? Não seria nada uma surpresa . Tudo seria premeditado e eu continuaria com idéias idiotas.